segunda-feira, 23 de julho de 2007

Qual a razão deste meu gosto pela música? (IX)

Nesse tempo, vivenciava um amor platônico por misteriosa Menina de Casaco Verde (título de uma canção que pretendia compor), seguia-lhe os passos, a timidez não me deixava aproximar dela, ficava esperando uma oportunidade no carnaval. Ela arranjava namorado e brigava no fim da folia; no outro ano, faziam as pazes – terminaram casando.
O meu escapismo consistia numa maneira de me fazer notado: passei a fazer crônica esportiva no jornal A Folha, tornei-me correspondente da Folha Esportiva de Porto Alegre, integrei a equipe U7 de Esportes da Rádio Cultura, criei as publicações escolares O KCT (na 3ª. Série) e O Ginasiano (na 4ª. Série), fundei o Esporte Clube Tuiuty para disputar jogos na Várzea, só faltava andar com colares e miçangas pendurados no pescoço...
Na redação de O KCT, era meu colaborador o colega Luiz Cerqueira Mano (Manivela) e juntos satirizávamos o acontecido no momento – ele pretendia escrever um romance sobre uma tal Dama de Cinza, seu rabicho na ocasião.
Fatos e Boatos era uma das seções daquele semanário e eu resolvi assuntar sobre a própria desgraça: Que o Dutra (meu apelido) faz letras para samba-canção, é fato. Mas que se consegue musicá-las, é boato.
Pois não é que o meu amigo Eulálio Delmar Faria, o Pato, lendo o comentário, mordeu-se com a ironia e, passado algum tempo, convidou-me para ir até sua residência, onde dedilhando a viola, mostrou-me a melodia que tinha composto para Partir, tornando-se assim minha primeira parceria musical