segunda-feira, 23 de julho de 2007

Washington Augusto Rego & Cesar Silva

Antes de minha chegada à Porto Alegre, como já me referi anteriormente, tive oportunidade de exercer a função de correspondente esportivo da Folha da Tarde Esportiva, dessa Capital, em Jaguarão, indicado pelo conterrâneo Washington Augusto Rego, conceituado repórter daquele matutino.
O Washington tinha sido funcionário da livraria e tipografia A Miscelânea, propriedade de F. de Souza Resem, acima mencionada. Arrimo de família, morava com sua avó ali perto do trabalho, ajudando no sustento da sua casa. Posteriormente, transferiu-se para essa metrópole, onde fez carreira na imprensa local.
Recordo-me das suas idas à terra natal para visitar sua querida vovó e também abraçar os velhos companheiros de serviço, de cujas origens muito se orgulhava.
Pois, assim que aqui cheguei, procurei o Washington na redação da Esportiva, em visita de cortesia, E ele, sem que o pedisse, dispôs-se prontamente a me recomendar para uma colocação no mercado de trabalho.
A partir daí, em alguns fins de tarde, passei a freqüentar as dependências daquela redação, quando ele me falava para que começasse ali como revisor do jornal ou que fizesse plantão na escuta dos jogos do Rio e São Paulo, redigindo as notícias de lá, ou que ainda poderia me levar até o Mário Caminha, diretor do antigo Jornal do Dia, para aí iniciar atividades jornalísticas.
Porém, envolvido com meus estudos no Julinho, não cheguei a concretizar aqueles seus planos. No entanto, ficou aquela vivência de chegadas na Redação, até o horário da saída para acompanhá-lo no regresso á sua residência na Rua Riachuelo.
Naquele frenético ambiente, avistava grandes nomes da Caldas Júnior, tais como os irmãos Borges Fortes, o baixinho Edson Rei do Furo Pires, o gigante do esporte amador Amaro Júnior, o secretário-geral Manoel Amorim de Albuquerque e outros tantos.
Mas confesso que uma figura de office-boy despertava-me a curiosidade, circulando com desenvoltura entre as inúmeras mesas e recolhendo a matéria a rodar.
Era um jovem magro, esguio e alto, o qual depois viria a ascender, por esforço e mérito próprios, justamente naqueles planos com que o Washington costumava me acenar.
Deparei-me, há algum tempo, com o falecimento prematuro de César Silva, aos 65 anos, o que me causou profunda tristeza por deixar uma lacuna como último remanescente daquela época saudosa.