segunda-feira, 6 de agosto de 2007

...e a luz brilhou até demais!

Beleza de espetáculo o lançamento do CD Uma Luz a Brilhar da nossa eterna Rainha do Rádio, Maria Helena Andrade. A começar pela projeção em tela do vídeo, no qual ela contava detalhes de sua carreira artística precocemente interrompida aos 19 anos, idade em que casou e passou a dedicar-se às lides domésticas: decorrido algum tempo, superando o trauma da separação, ela se faz ressurgir como uma nova fenix, batalhadora e corajosa, para realizar aquilo que mais gosta de fazer - cantar eu preciso e preciso... Após, intercalaram-se vários depoimentos de colegas, familiares e compositores, tais como Ary Rego, Guilherme Braga, Wilson Ney, Rodrigo Piva, Alexandre Rodrigues, além dos filhos de Alberto do Canto.
Abrem-se as cortinas e o som vem de roldão, a majestosa presença da Rainha, arrasando a platéia atônita que prorrompe em aplausos. Sua Magestade larga a maviosa voz que Deus lhe deu com a canção-oração Ave Maria (Jayme Redondo/Vicente Paiva) e por ai vai trilhando o caminho brilhante das estrelas com o clássico imortal de Ary Barroso - Rio de Janeiro - passeando pelos nossos saudosos Alberto do Canto - Porto Alegre, Cidade Sorriso - e Túlio Piva - Se Eu Errei -, detendo-se um pouco a contemplar pela vereda as flores escondidas da obra de Wilson Ney - Basta - e Alexandre Rodrigues - Haverá/Sem Retorno/Perfeito É Só Deus/Não É Um Qualquer/Me Deixa Sambar - além de Serginho Meriti e Dhema, a dupla carioca do momento - Chicote da Vida.
No palco, conseguimos reconhecer, entre a plêiade de instrumentistas, nossos manjadíssimos Luiz Mauro Filho e Marco Farias (teclados), Luiz Palmeira (violão 7 cordas), o compositor, arranjador e maestro Alexandre Rodrigues (violão), e no coral a produtora Silvana Prunes, Ana Maria Bolzoni, Celso Campos, Rucenita dos Santos e Nego Zê - com participação especial junto à Maria Helena em Chicote da Vida - além de outros novatos bastante competentes com um som da pesada que não fica nada a dever aos figurões de fora. Ali estavam ainda um quarteto de metais - Sérgio Dias (trombone), Anjinho (trumpete), Guinter Júnior (saxofone) e Amauria Iablonovski (sax tenor), - Paulo Mac Laren Natel (bateria), Kikinho (contrabaixo) e André Luiz Pontes (cavaquinho), realizando uma notável performance, todos eles revelados pelo olho clínico do maestro Alexandre. E como se não bastasse esse séquito, a Rainha ainda se fazia acompanhar dos seus súditos do corpo de danças, executando magníficas coreografias.
Ao final do espetáculo, aplaudida de pé, a platéia pedindo bis, Maria Helena Andrade teve de voltar ao palco para a apoteótica apresentação de Babaloo (Margarita Lecuona) e demonstrar assim, com a lotação plena do Auditório Dante Barone da Assembléia Legistiva, dia 04/08/2007, que existe vida inteligente na face da terra prestigiando tais empreendimentos, desde que haja vontade férrea para levar adiante a bandeira da nossa evolução cultural.
Registramos aqui as presenças marcantes de Jayme Lubianca, Ruth Regina, Ruth e Guilherme Braga, Rosa e Carlos Boccanera Koch, Neiva e Luiz Mauro Pinto Costa, famosos integrantes da turma do gargarejo.

Um comentário:

Anônimo disse...

...Tenho acompanhado o blog em questão e tenho achado muito interessantes essas histórias que eu não conheço. Principalmente a sua trajetória dos tempos de Jaguarão me trouxe recordações longinquas do tio Cantalício e família... Me emocionei quando o senhor se refere ao casamento do pai e da mãe... muita saudade... Gostaria de estar aí para conhecer melhor essas pérolas da boa música que o senhor tanto fala. Parabens pelo blog. Um beijão. Hilda.