quarta-feira, 14 de outubro de 2015



S E R R A   D O S   M E N D I G O S

Escalei a árdua Serra dos Mendigos,
A trancos e barrancos, cambaleando
Atrás daqueles inesquecíveis amigos
Que por lá agora estivessem morando.

Nas trilhas da escura mata fechada,
Fiquei sabendo que ali se descobre
Uma verdade pela Natureza celebrada:
Ninguém é mais rico nem mais pobre.

Principia que dinheiro não vale nada
Quando se sente vibrante solidariedade
Surpreendendo a festa de chegada
E a alegria nos ares da liberdade.

Então surge vontade danada de ficar
Sem querer sair pelo resto da vida,
Descompromissado, à toa pra matutar
Sobre qualquer realidade conhecida.

Nesta aldeia, todos são despojados
De antigas vaidades tão costumeiras
Que os fizeram superiores adorados
Até alcançarem as horas derradeiras.

José Alberto de Souza.

6 comentários:

Anônimo disse...

Beleza de poema, amigo Souza. Cumprimentos.

A foto que o encima mostra o quanto a (des)humanidade insiste em não ver o sofrimento do mundo. Até quando?

Abraços

Cabeda

Helena Ortiz disse...

É assim mesmo, Souza. Belo poema. Triste saber que o tempo passa mas as desigualdades, não. Abraço

Blog do Wenceslau disse...

Conterrâneo,
Não te disse que fico feliz por ver que a sua verve poética também envereda pela poesia social, que, naturalmente, é mais engajada na atualidade em que vivemos. Cumprimentos. Abraços. Wenceslau.

Carlos José Ponzoni disse...

Parabéns e obrigado pela oportunidade de ler teus poemas.

Unknown disse...

Caro Amigo e Colega da AFABRE,
O alcance das palavras é enorme, quando através de um poema, a pessoa mostra a sua sensibilidade e a sua bondade. Ao JASouza, poeta das doces águas, meu afetuoso abraço.
SIVasco, sudações.

Unknown disse...

Como é importante conhecer a vida de pessoas com sentimentos e necessidades como as nossas, também importante é descobrir que existem pessoas capazes de notar e valorizar uma realidade diversa da que estamos acostumados a vivenciar.
Eloisa Souza, (esposa do Vasco).