quinta-feira, 29 de junho de 2017

Poeta Garoeiro e a semana Heitor Saldanha (VII)

Os dois Rio Grande 
- o do Norte de JBS Garoeiro (seleção) 
e o do Sul de JAS das Águas Doces (repique) - 
acabam de estabelecer, nesta última semana, sua voluntária parceria com o fim de apresentar uma pequena mostra da obra de um dos mais importantes poetas modernistas da literatura brasileira.


Assim prefiro
Heitor Saldanha 
– A Hora Evarista – 1974 – p. 155.

Dizem os homens sábios
que a verdade começa no céu.
Eu vivo esta poesia ignorante
sem saber das virtudes do céu.
Pertenço a uma terra de vinganças
por pureza,
vingança de remorsos necessários.
Aprendi que as minas de carvão
são a concreta dimensão sem fuga.
Se eu soubesse rezar pedia a Deus
que conservasse a pureza.
Não.
Não pedirei ao Deus dos outros
que sofre gerações em um silêncio menor.
Enquanto houver injustiçados
na terra, não rezarei.
Depois,  também não rezarei.
Esta é a minha devoção:
abrir caminhos de luz
para encontrar meus irmãos.

2 comentários:

Gilberto Stone Braga disse...

Não deixa de ser uma devoção à Deus

Anônimo disse...

Souza

Lembrando de Deus, bem legal.
Diná